terça-feira, 20 de novembro de 2018

Tem um espírito dentro do meu celular


O meu celular tem vida própria. Ele manda mensagens. Altera nomes de grupos do WhatsApp. Liga para amigos. Comete desatinos. Faz loucuras impensáveis. Por isso, cheguei à conclusão óbvia: tem um espírito dentro do meu celular.

Um parça fotógrafo me liga e pergunta:

"Cara, que mensagem é essa que você me enviou?"

"Que mensagem?"

"Essa: rpztxxvllkeke czmidlltdnadkk"

"Não fui eu. Foi o celular."

O parça fica um minuto em silêncio e sugere:

"Você já pensou em benzer esse negócio?"

Uma amiga me liga:

"Oi, estou retornando a sua ligação."

"Não liguei para você", respondo prevendo o que tinha ocorrido.

"Ligou, sim. Eram 11h30."

"Então, só que não fui eu... Foi o celular."

"O que o celular queria falar comigo?"

"Não sei. Precisa perguntar pra ele."

Nossa empresa - Escritório de Mídia - tem um grupo no WhatApp, que se chama Escritório de Mídia, é claro. Por que cargas d´água a gente colocaria outro nome? Pois bem, o celular não gostou do nome e mudou para: Kkkdlmbvmelpdldpdkwwwxxvkk. Não contente com isso enviou uma mensagem para todos os participantes do grupo:

"Escritório de Mídia mudou seu nome para: Kkkdlmbvmelpdldpdkwwwxxvkk

Outro dia, fui entrevistar um padre no bairro da Mooca e contei para ele essa história do celular. O padre refletiu. Pôs a mão no queixo e diagnosticou: "É um espírito de um polonês. Usa muitas consoantes".

Na semana passada, o celular encaminhou para o grupo da família esta foto:


A minha filha me ligou preocupada:

"Pai, pegou fogo na casa? Está tudo queimado?"

"Não, filha. O celular estava preso no meu bolso. Provavelmente, ele se revoltou e tirou uma foto do cativeiro..."








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