Não sei você, mas sinto saudades de alguns livros e de determinados autores. Stieg Larsson, por exemplo, sinto uma saudades tremenda dele. Quando meu ex-sócio, James Capelli, me deu de presente de Natal Os homens que não amavam as mulheres, passei aquele final de ano hipnotizado pela trama, criada pelo autor sueco.
Larsson era um mestre em imaginar enredos de suspense, com personagens que a gente podia tocar com a nossa imaginação. Li toda a série Millenium (A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo; A rainha no palácio das correntes de ar - em português de Portugal fica tudo muito estranho). Amei cada linha. Não conseguia parar de ler.
O quarto livro da série, escrito por um jornalista, contratado pela editora de Larsson, A garota na teia de aranha, foi um momento de constrangimento editorial. Depois da morte de Larsson, não teria cabimento tentar usar originais incompletos, que ele havia deixado, para produzir um quarto livro. A tentativa teve sabor de ganância. Deixou um cheiro ruim no ar.
Hoje, neste feriado religioso, estou lendo Anna Karenina. Como aquele personagem de Murakami, estou no capítulo 12 e até agora não me encontrei com Anna Karenina. Em algum momento, ela deve dar as caras. Vamos prosseguir...
Ontem, à noite, véspera do feriado, tive o prazer de ficar quatro horas dentro de um carro. Chovia. Estava no Rodoanel. Diante dos meus olhos, havia milhares de lanternas vermelhas de carros, caminhões, ônibus, kombis, todos estacionados, todos se movendo lentamente. Um percurso que você faria em quarenta minutos, levou quatro horas.
Ainda bem que o Rodoanel investiu milhões naqueles painéis luminosos, que ficam na entrada da rodovia. Só que, ao invés de o painel informar que a estrada estava parada, as luzes amarelas do anúncio luminoso aconselhavam candidamente que estava chovendo e que era preciso dirigir com cuidado.
A pergunta que não quer calar: pra que serve o painel luminoso, se não é capaz de informar que a droga da rodovia está parada e você vai se ferrar se optar em seguir naquela direção? É claro que está chovendo. É claro que vou dirigir com cuidado, principalmente, porque a única velocidade possível em um congestionamento monstro é 10 km/h.
No site de notícias, me deparo com três nomes que não tenho a menor ideia de quem são: Whindersson, Laureta e Ana Paula Renault. Essa Ana Paula seria herdeira do senhor Renault, que produz carros na França e mundo afora? E esse rapaz de nome estranho - Whindersson? Que mãe desnaturada dá o nome de Whindersson para um filho? E essa Laureta...Um mistério.
Reportagem informa que a Árabia Saudita permitiu que as mulheres dirijam carros. Seria um avanço. Único problema: para ser motorista, é preciso tirar uma carteira de habilitação. E como as mulheres, sob o tacão da religião muçulmana, são proibidas de ficar ao lado de um homem, que não seja o marido ou parente, elas não podem se matricular na auto-escola, porque, evidentemente, o instrutor é homem. Então, elas podem dirigir, mas, na prática, não vão dirigir. Alá não deixa.
O caso Marielle Franco - sete meses sem solução, sem a prisão dos assassinos - inaugurou uma nova dupla caipira, chamada Os Incompetentes, formada por Raul Jungmann e general interventor Braga Netto.
Tenho visto gravações de gays e lésbicas, reclamando de agressões. Um deles aparece chorando. Sinceramente, vamos deixar de ser vítimas. Vamos pra cima deles. Chega desse discurso de vitimização. Filmes como Milk - a voz da igualdade e Stonewall podem servir de inspiração.
E chega de conversa mole. Vou me encontrar com Anna Karenina.
Beijos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário