terça-feira, 22 de maio de 2018

Depender da Eletropaulo é um choque de realidade



Sábado de manhã. O dia amanhece calmo. Sol fraco, pássaros cantam, cachorros se coçam. A gente toma café, faz planos para o dia, com aquela suposta tranquilidade de quem se acha piloto do futuro. 

Só que, como afirmava o mergulhador Mike Nelson, "o inevitável aconteceu". Do nada, veio um minitufão, um vento fortíssimo que arreganhou janelas, fez voar telhas e derrubou um fio elétrico que liga o poste da Eletropaulo ao poste de casa. 

Começou a chover. As lâmpadas adquiram um brilho solar. Era você acender uma lâmpada e ela explodia. Corremos para tirar tudo o que era possível das tomadas. Chamamos o eletricista que veio pouco depois e constatou o problema: o vento tinha derrubado o fio neutro. Nossa casa inteirinha estava entregue aos 220 volts. "Não acenda lâmpada que ela vai queimar. É preciso chamar a Eletropaulo", avisou o prestador de serviço da Porto Seguro, por sinal, seguradora sempre impecável. 

Ligamos em seguida para a Eletropaulo. A atendente disse que a situação era de emergência e que, por favor, não tocássemos no fio que havia escapado do poste. Eram umas 9h30 do sábado. Pouco antes do almoço, ligamos novamente para a Eletropaulo. Outra atendente e uma nova solicitação da prestadora: "Dá para alcançar o fio solto com a mão?". Não dava, mas se ela quisesse, eu subiria em uma escada dos bombeiros e pegaria o fio à unha porque devo ser um dos muitos idiotas do mundo que, quando veem um fio solto, saem correndo para levar choque. De qualquer forma, ela prevê que o serviço será feito "até as 15h" 

Chega a tarde e nada da Eletropaulo. Ficamos de plantão em casa. Aguardando a chegada da equipe de manutenção. Isso é o bom do capitalismo brasileiro: os serviços públicos foram privatizados, os escolhidos encheram o saco de dinheiro e a população fica assim, com o bico aberto, piando sem parar, que nem filhote de passarinho que a mãe foi morta pelo moleque de estilingue.

Cerca de 17h, liga uma atendente da Eletropaulo. Quer saber se o fio está ao alcance da minha mão. Infelizmente, não, eu digo, bem que eu gostaria de levar um choque de uns 1.200 volts e encerrar essa espera angustiosa. Ela me dá uma má notícia: "O sr. sabe aquela previsão que uma equipe iria até sua casa até as 15h. Pois é, agora, nós não temos mais previsão".

Pouco depois, uma nova ligação. Haveria uma equipe da Eletropaulo por perto, porém, eles não conseguiam achar meu endereço. Deixe de pagar a conta da Eletropaulo e veja se eles não acham direitinho seu endereço para cortar o fornecimento.

Chega a noite. Jantamos melancolicamente à luz de velas. Não há romantismo em saber que sua comida está apodrecendo na geladeira. Não há romantismo em saber que você vai tomar um banho gelado antes de dormir. 

Oito horas da noite, desisto do mundo e vou dormir. Apago imediatamente. Às 23h45, sou sacudido pelo som contínuo e ininterrupto do telefone. Espero um pouco para ver se o desgraçado desiste, mas ele não para. Toca, toca e toca sem parar. Trôpego, com os olhos se recusando a abrir, atendo o telefone. É um rapaz da Eletropaulo. Muito solícito, ele pergunta se a equipe de manutenção veio fazer o serviço. Não, não veio. "Tudo bem, o sr. aguarde que eles vão chegar o mais breve possível". 

Cristo Rei! Esses incompetentes não têm controle? A Central não se comunica com as equipes de campo? E que maldito sem coração liga para a gente às 23h45 para perguntar algo que ele deveria saber? 

Amanhece o dia. Às 6h, ligo novamente para a Eletropaulo. A atendente diz que não vai dizer que o serviço será feito até uma determinada hora, porque isso seria mentir pra mim. "Não temos qualquer previsão", ela afirma categórica, com aquela maldade característica de alguém que madrugou no trampo. 

Minha mulher sonha que estou vendo futebol na TV, enquanto passo roupa. Ela sai cambaleando da cama e leva um choque de realidade: nada de luz, nada de equipe de manutenção. 

É só um maledeto de um fio solto! Um fiozinho só! Imagine o dia que eles precisarem trocar os postes e a fiação da rua?  

Tomamos café. O relógio marca 9h. Estamos há 24h sem luz. Deve ser algum recorde. 

Então, às 10h do domingo acontece o milagre. Chega o caminhão da Eletropaulo, com a equipe que vai nos resgatar do breu, das sombras e das trevas. Pulamos, cantamos de alegria. Festejamos! 

Só que o caminhão passa direto. Não viu a nossa casa. Foi em frente, foi embora...

Saio correndo pela rua...Como o louco Rubião, herdeiro do filósofo Quincas Borba. 

Caríssimo, naquele momento, eu bateria fácil, fácil, o recorde de 100 metros. Pobre Usain Bolt...Fiz aqueles 300 metros que me separavam do caminhão em menos de 8 segundos. Agarrei o bruto. Firmei os calcanhares no chão. E o trouxe arrastado até em casa. 

O fio solto finalmente iria ser reconectado ao poste. Demorou só 26 horas para fazer o serviço. 





segunda-feira, 14 de maio de 2018

"Em nome do silêncio"


Monteiro Lobato escreveu um artigo ("Em nome do silêncio"), que é uma crítica raivosa e ao mesmo tempo bem-humorada sobre o barulho que predomina em São Paulo:

"À nossa Constituição falta um artigo de capital importância, que estabelecesse a paz da inviolabilidade do domicílio e a inviolabilidade dos nossos ouvidos", ele escreve.

"Se um cidadão não tem o direito de penetrar violentamente em casa de outro, porque terá o direito de penetrar no seu aparelho auditivo?", questiona.

"São Paulo é a vítima permanente dum estupro auditivo organizado em sistema. Seus tímpanos não merecem a consideração de ninguém. São uma espécie de casa da Mãe Joana, onde todo sujeito capaz de um som violento,sem a menor cerimônia, deposita a sua contribuição".

Nesse mesmo texto, Lobato fala do Carnaval, quando "bandos de bípedes passam (...) em mangas de camisa, balindo, latindo, mugindo, grunhindo, guinchando, urrando, taralhando, coaxando, crocitando, zurrando, ululando (...)".

Muito distante do politicamente correto, Lobato critica as mulheres com excesso de peso: "Gordas, mamalhudas" (...) esses cetáceos femininos (...) passam irradiando nuvens de espiroquetas pálidos". 

Espiroquetas são bactérias...

Imperdoável, Lobato manda enviar as mulheres obesas aos matadouros, que havia na época na periferia da cidade:

"Quanto ao mulherio não há vacilar a respeito do seu destino: é tangê-las para Osasco. Só assim seremos reintegrados nas incomparáveis delícias do silêncio".

Este artigo (Em nome do silêncio) faz parte do livro "Ideias de Jeca Tatu":
goo.gl/arsYMA

   



quinta-feira, 3 de maio de 2018

A Rede Globo podia sumir do mapa


Faz tanto tempo que a Rede Globo enche o saco que sei lá...Bem que ela podia sumir do mapa. Imagine acordar um dia de manhã, um dia ensolarado e generoso, sem a Rede Globo...

Roberto Marinho, herdeiro de seu pai (Irineu) fundador do jornal O Globo, recebeu a concessão para criar a TV Globo durante o governo Juscelino Kubitschek, em 30 de dezembro de 1957. 

Somente em 1965, durante a Ditadura Militar, que Roberto Marinho decidiu explorar o antigo Canal 4. Pediu dinheiro e tecnologia ao grupo Time-Life, que lhe concedeu um empréstimo milionário e foi em frente. Tornou-se o braço direito eletrônico da Ditadura, seu principal relações públicas, adulando, enaltecendo, viabilizando um regime odioso, que imobilizou o País durante 21 anos. 

O programa Amaral Neto, Repórter mostrava, com brilho e paetês, o milagre brasileiro, construído pelo economista e ministro forte da economia Delfim Netto. (Os inimigos chamavam Amaral Neto de "Amoral Nato".)

No final da Ditadura, depois da "onda milagrosa" dos anos 70, estive em uma localidade de Minas Gerais. O ano era 1982. Em Piedade do Paraopeba, onde fiz pesquisa de campo para uma tese de mestrado, as estradas eram precárias, não havia transporte público decente, as pessoas viviam em um estado de "fome psíquica" (termo bem sacado pelo professor Antonio Candido, em Os Parceiros do Rio Bonito), os moradores do Vale do Paraopeba morriam a caminho do atendimento médico, crianças desmaiavam de fome na sala de aula. A mortalidade infantil atingia números desmoralizantes. E Piedade do Paraopeba ficava a meros 50 quilômetros da capital Belo Horizonte. 

O "dr. Roberto", como era chamado pelos colegas, tinha experiência no apoio a ditaduras. Em 1930, O Globo sustentou solenemente o golpe de Getúlio Vargas. Ambos, Getúlio e o "dr. Roberto" seriam admitidos na Academia Brasileira de Letras, essa curva de rio, onde ficam retidos escombros nacionais, como o autor de Marimbondos de Fogo.

Premiada pelo governo americano por apoiar o american way of life, a Globo fez de tudo um pouco nesses anos. Tentou inviabilizar a eleição de Leonel Brizola ao governo do estado do Rio de Janeiro em 1982, no episódio conhecido como o "Escândalo do Proconsult". (Em 1994, Brizola foi à forra e conseguiu na Justiça que Cid Moreira lesse uma nota durante o Jornal Nacional https://www.youtube.com/watch?v=aKjonfX-qdw)


Em 1984, a Globo ignorou o movimento pelas Diretas Já. Milhares de pessoas reuniam-se em praças, ruas, avenidas, monumentos exigindo a volta das eleições diretas e a Globo fingia que a mobilização não existia. 

Documentos vazados pelo WikiLeaks indicam que, em 1986, a Globo teria repassado à Unesco apenas 10% dos valor arrecadado na campanha Criança é Esperança.  Esse documento foi datado em 15 de setembro de 2006 e divulgado pelo WikiLeaks em 2013. 

Em 1989, na final eleitoral entre Lula x Collor, houve aquele momento do golpe baixo, aquela pancada que se dá nas partes mais doloridas do lutador. Na edição do Jornal Nacional sobre o debate entre os dois candidatos à Presidência, houve a maquiagem que destacou tudo que era a favor de Collor e o que podia ser contra Lula ganhou lente de aumento. Vinte e dois anos depois, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-vice-presidente das Organizações Globo, deu mais detalhes. Disse que Collor foi maquiado para parecer "mais presidenciável". Boni entregou a Collor pastas enormes com papéis (em branco) para parecer que estaria de posse de denúncias graves contra o candidato do Partido dos Trabalhadores.

Em março de 2015, o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo divulgou a "lista do HSBC", com nomes de brasileiros que tinham contas na Suíça. Segundo o jornalista Fernando Rodrigues, que divulgou a lista no Brasil, tratava-se do "maior escândalo de evasão fiscal e de divisas já revelado no mundo". De acordo com a "lista do HSBC", ficamos sabendo que a viúva do dr. Roberto, dona Lily, tinha 750 mil dólares na Suíça. Outras celebridades da Globo também detinham contas na Suíça: Jô Soares, Maitê Proença, Marília Pera, Claudia Raia, Edson Celulari, Francisco Cuoco. 

 O episódio mais recente envolveu o "golpe branco" que derrubou a presidente Dilma Rousseff. Ao contrário do que fez em 1984, quando ignorou o movimento pelas Diretas Já, a Globo cobriu com parcimônia movimentos direitistas que pediam a queda do governo Dilma. A emissora carioca chegou até a interromper programas esportivos para cobrir manifestações, deixando o microfone aberto para deixar passar gritos e até palavrões contra Dilma. 

As mentiras e "erros" vão se acumulando no repertório Global. O jornal O Globo noticiou que o famoso tríplex do Guarujá tinha "elevador privativo e área gourmet". Precisou o MST invadir o lugar para descobrir que era mentira. O apartamento era meia boca, sem elevador privativo, sem área gourmet. 

O Jornal Nacional - outra vez ele -  noticiava com pompa e circunstância que Joesley Batista havia depositado 150 milhões de dólares nas contas bancárias de Lula e Dilma. Depois, um constrangido William Waak explicou que o dinheiro não estava na conta de Lula nem de Dilma. Waak seria demitido pouco depois - não por esta barriga - mas por ter feito um comentário racista, gravado em áudio.

A principal emissora brasileira é um filme triste. Com muitos vilões, muitos cenários desagradáveis, uma história de desserviço ao País e à sua população. Seria tão bom se a Globo deixasse de existir. Imagine acordar amanhã, um dia ensolarado, e descobrir que a Globo havia desaparecido, sumido para sempre como aquele prédio que desmilinguiu-se na madrugada do Dia do Trabalho.


terça-feira, 1 de maio de 2018

Coisas que odeio - som alto


Devia ter uns quatro anos. Estava na casa dos meus avós, que moravam no Centro velho de São Paulo. Meu avô era zelador de um prédio comercial e vivia no 12º andar, em um apartamento de três quartos, sala ampla, cozinha imensa. A construção era sólida, mas sem os requintes modernos. As janelas eram incapazes de vedar o som que vinha da rua. Se uma tampa de bueiro fosse deslocada e fizesse barulho cada vez que a roda de um carro passasse sobre ela, ouvia-se tudo perfeitamente lá no 12º andar, como se a janela estivesse no rés do chão.

Nessa mesma rua, quase em frente ao prédio em que meu avô era zelador, vivia o jornalista Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados. Uma das mazelas de Chateaubriand era não conseguir conciliar o sono por causa de uma gafieira que havia na rua Quintino Bocaiúva. Senti na pele (ou nos ouvidos) o drama de Chateaubriand. 

Menino ainda me sentia impotente diante daquele barulho insuportável. Queria dormir, virava na cama, cobria a cabeça com o travesseiro e o barulho vinha em ondas, balançando os vidros das janelas, invadindo o espaço da nossa família. 

Naquela época não sabia, mas a vida inteira seria perturbado pelo som alto que vem do vizinho, do carro que passa na rua, do boteco, de algum lugar remoto...

Cheguei a conclusões preliminares: o som alto é agressivo, invade seu espaço como uma tropa de ocupação, o responsável pelo barulho sabe que está lhe perturbando e seu incômodo é a última preocupação dele. Esse tipo de arruaceiro é egoísta por excelência. A diversão dele prepondera sobre a sua paz. Ele não admite ser chamado a atenção e vê na sua atitude uma falta de "boas maneiras", como se o intruso fosse você, o reclamante. 

Perdi a conta das vezes em que estive em distritos policiais, por causa desses arruaceiros. Morei durante um tempo na casa da minha sogra, no bairro da Mooca, e na rua onde ela vivia, havia uma família desagregada - o pai tinha fugido com outra, a mãe dava suas escapadas noturnas e a casa dessa família ficava entregue aos filhos adolescentes e a um rapaz com seus 20 anos. Esse moço dava festas que duravam três dias. Som no último volume. Um inferno!

Uma noite, chamei a polícia. A atendente no 190 me disse que eu devia ficar na rua aguardando a chegada da viatura policial e que deveria acompanhar os agentes, quando eles fossem bater na casa barulhenta. Naquela época, os policiais militares não sabiam direito como se portar. Pouca gente se queixava de "perturbação da ordem pública", embora já tivesse início aquela fase do tum-tum-tum insuportável, que desaguaria nos bailes funk da periferia e adjacências. 

Para resumir a ópera, lá fomos todos nós para o Distrito Policial, conversar com o dr. delegado. O garoto arruaceiro me olhava indignado. Ele era incapaz de entender que eu e a minha família preferíamos dormir, ao invés de passar a madrugada acordados por causa da música que ele ouvia.

Quando me mudei para a Granja Viana achava que tinha encontrado um lugar bucólico e silencioso. Engano atroz. Uma noite acordei com a maluca da vizinha, cantando karaokê às três da madrugada. Havia sábados de muitas festas e som que estropiava as noites estreladas. Os fins de semana eram regalados a cheiro de carne queimada do churrasco e o tum-tum-tum característico que vinha de todas as latitudes e longitudes. 

Se você tenta se refugiar em um sítio, é muito pior, porque os arruaceiros acham que estão "no mato" e portanto podem estatelar o o som massacrando a ausência plena de razoabilidade. 

É estranho, mas por que cargas d'águas barulhentas o arruaceiro  faz questão de obrigá-lo a ouvir a música que você não quer ouvir? Ele não se contenta em ouvir, ele quer propagar o som, como se fosse o avatar de uma verdade universal. 

Chama-se a polícia. Acompanha-se os agentes. Produzem-se boletins de ocorrência. Arrumam-se testemunhas. O escrivão datilografa. Registra seu testemunho. Pede para você assinar. As ocorrências seguem por vias estreitas e mal faladas dos corredores judiciários. Você liga. A escrivã não se lembra do seu caso. Você insiste e percebe que a Justiça se arrasta sem pressa, sem ser justa. 

Pergunta que não quer calar: E se processássemos também as indústrias que fazem esses aparelhos de som de frequência, timbre e altura desumanos? 

A indústria do tabaco tem sido ré em processos pesados e vem desembolsando muita grana para compensar os danos provocados pelo cigarro. Em 2004, a toda poderosa Philip Morris perdeu um processo histórico no valor de um bilhão de dólares. O mesmo poderia acontecer com a Sony, que faz esses aparelhos de som que alcançam alturas desmesuradas e incompatíveis com a cordialidade possível. Quanto a Sony me deve em indenizações pelas minhas noites mal dormidas, por causa de seus equipamentos incivilizatórios?

Nos Estados Unidos, em alguns estados, se você for pilhado com o som alto, vai desembolsar no ato uma multa dolorida de mil dólares (R$ 3,5 mil). Em outros países, as pessoas "ruidosas" vão em cana mesmo. 

Certa vez, quando morava no interior da França, em Nancy, lembro de ter ido a uma festa de brasileiros em um pequeno apartamento. A gente comeu feijoada (porque brasileiro vivendo fora do Brasil sempre vai comer feijoada) e depois do almoço, depois das caipirinhas inevitáveis, o pessoal tirou os batuques pra fora e começou a produzir aquele som característico de treinamento de escola de samba. Falei para a minha mulher: "vamos sair daqui que o bicho vai pegar". Não demorou 15 minutos e baixou uma equipe da Swat local, levando toda a escola de samba improvisada para falar com o dr. delegado francês. 

O fato é que o mundo é barulhento. É ruidoso demais. O tempo todo. O silêncio hoje é um luxo, ao qual poucos têm acesso. Nos últimos anos, não me lembro de ter passado um único dia - vou insistir nesta informação - um único dia, sem ser obrigado, em algum momento da jornada, a escutar uma música que não gostaria de ouvir.

Enfim, entre Música ao Longe e O Resto é Silêncio - ambos de Érico Veríssimo - adivinhe qual eu prefiro?

Nota de rodapéO rapaz lá da Mooca mudou-se com a família, sem deixar rastros. E a gafieira da rua Quintino Bocaiúva pegou fogo e acabou-se em cinzas. Bem feito!        





    

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