sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

A vegetariana

 

A autora Han Kang, sul-coreana, ganhou o Prêmio Nobel de 2024


Nada parece trazer tanto mal-estar às pessoas do que você dizer que é vegetariano. Durante 10 anos, dos 20 aos 30, fui vegetariano. Na época, seria igual dizer que você era búlgaro. Campos Carvalho até escreveu um livro, nos anos 1960, "O púcaro búlgaro", onde narra uma expedição à Europa para provar que os búlgaros realmente existiam. Durante viagens de trabalho, motorista e repórter fotográfico não se conformavam. A gente ia em churrascaria e, enquanto eles enchiam a cara de carne, eu ficava só na salada. Eles balançavam a cabeça. Não conseguiam entender. Todo almoço ou jantar era sempre o mesmo enredo: "Por que você não come carne?", "É por causa dos bichinhos?", "Você tem pena das vaquinha e dos porquinhos?", "Mas você também mata alface e cenoura para comer, não é?". Em casa, minha mãe, formada na culinária italiana, depois de levar um choque equivalente a 10 mil volts, teve de criar cardápios vegetarianos, com muito sucesso por sinal (pratos que ainda hoje reproduzo). Mesmo assim, os familiares achavam um acinte, uma provocação sem limites. Fui morar na Europa e, um ano depois, em 1982, quando estava na França, voltei a comer carne, porque, diante de dificuldades imensas de sobrevivência, o vegetarianismo pesou como um item dispensável na mochila. Havia também uma questão transcendente-alimentar no retorno ao Brasil: a memória afetiva.

O livro da sul-coreana Han Kang, "A vegetariana" (Editora Todavia), me trouxe lembranças dessa época. Em determinado momento do livro, os próprios familiares cercam a vegetariana. Agarram seus braços. Abrem sua boca à força e lhe enfiam nacos de carne. Nunca me obrigaram comer carne à força, mas passei por momentos constrangedores com gente tentando - na base da brincadeira agressiva - me enfiar, goela abaixo, pedaços de carne.

"A vegetariana" não é sobre parar de comer carne, nem traz receitas à base de legumes e hortaliças. É sobre uma jovem, Yeonghye, e seu processo de destruição mental. Vítima de maus-tratos pelo pai, casa-se com um homem que a escolhe por ela ser medíocre, por ser alguém que passaria despercebida, uma figurante na vida. Depois de casada com um funcionário carreirista, Yeonghye passa a ter pesadelos, com imagens de sangue e corpos dilacerados. Decide parar de comer carne, para não ter mais pesadelos. Deixa de usar sutiã, porque a peça lhe apertava o corpo. O marido não aceita os novos modismos da mulher e convoca a família de Yeonghye para uma "intervenção", que termina de forma desastrosa.

A história seguinte é narrada pelo cunhado que sente atração, quase incontrolável, por Yeonghye. Ele é um artista, de baixa expressão e pouca popularidade, que faz vídeos. Convida Yeonghye para uma gravação. Pinta flores no corpo da cunhada. Ela enxerga as pinturas corporais como um instrumento de libertação. Para conseguir satisfazer seu desejo e penetrá-la, o cunhado também se pinta. A autora descreve a relação deles como uma estranha conjunção, um hibridismo humano-vegetal.

O velho Freud, se questionado, diria que a personagem Yeonghye é id, uma pulsão, princípio de prazer e fonte de libido. Ela tira as roupas com naturalidade. Não se envergonha de ficar nua diante de estranhos. Mostra uma desinibição chocante, para os padrões de moralidade sul-coreana.

A terceira e última parte do livro é contada pela irmã mais velha. Inhye. A irmã mais velha teria - sempre segundo Freud - uma função de superego. Acaba com a brincadeira do marido com Yeonghye. Interna a irmã em uma clínica psiquiátrica e dá um pontapé no traseiro do marido traidor. Na função de superego, a irmã mais velha sufoca o instinto libertário. Reprime o princípio de prazer.

Massacrada pelo pai violento, veterano do Vietnã; esposa de um marido que lhe subjugava e a tratava como empregada e escrava sexual; Yeonghye vai perdendo a consciência, descendo patamares de lucidez. 

É um livro que a gente lê em um dia (dois, se você tiver preguiça). Excelente para esse período de fim de ano, em que a TV e as redes sociais nem sempre são companhias agradáveis.

Tradução para o inglês:

"The Vegetarian"

Nothing seems to make people more uncomfortable than you saying you're a vegetarian. For 10 years, from the age of 20 to 30, I was a vegetarian. At the time, it was like saying you were Bulgarian. Campos Carvalho even wrote a book in the 1960s, "O púcaro búlgaro" (The Bulgarian Jug), where he narrates an expedition to Europe to prove that Bulgarians really existed. 

During work trips, the driver and the photographer couldn't wrap their heads around it. We would go to a steakhouse, and while they stuffed themselves with meat, I would just eat salad. They would shake their heads. They couldn't understand it. Every lunch or dinner was always the same script: "Why don't you eat meat?", "Is it because of the little animals?", "Do you feel sorry for the cows and pigs?", "But you also kill lettuce and carrots to eat, don't you?" At home, my mother, trained in Italian cuisine, after receiving a shock equivalent to 10,000 volts, had to create vegetarian menus, very successfully I might add (dishes that I still make to this day). Even so, my relatives found it outrageous, a provocation without limits. I moved to Europe, and a year later, in 1982, while in France, I started eating meat again because, faced with immense survival difficulties, vegetarianism felt like a dispensable item in my backpack. There was also a transcendent, non-food-related reason for returning to Brazil: the memory of home.

The book by South Korean author Han Kang, "The Vegetarian" (published by Todavia), brought back memories of that time. At one point in the book, the vegetarian protagonist's own family surrounds her. They grab her arms. They force her mouth open and shove chunks of meat into it. I was never forced to eat meat, but I went through some awkward moments with people trying—under the guise of aggressive joking—to shove pieces of meat down my throat.


"The Vegetarian" is not about stopping eating meat, nor does it offer recipes based on vegetables and greens. It's about a young woman, Yeonghye, and her process of mental destruction. A victim of abuse by her father, she marries a man who chooses her because she is mediocre, someone who would go unnoticed, a background character in life. After marrying a career-driven man, Yeonghye begins to have nightmares filled with images of blood and mutilated bodies. She decides to stop eating meat to avoid these nightmares. She stops wearing a bra because it constricted her body. Her husband doesn't accept his wife's new ways and calls Yeonghye's family for an "intervention," which ends disastrously.


The next part of the story is narrated by Yeonghye's brother-in-law, who feels an almost uncontrollable attraction to her. He is an artist of little renown and popularity who makes videos. He invites Yeonghye to be in one of his recordings. He paints flowers on her body. She sees the body art as a tool for liberation. To satisfy his desire and penetrate her, the brother-in-law also paints himself. The author describes their relationship as a strange conjunction, a human-vegetal hybrid.


Old Freud, if asked, would say that Yeonghye is the id, a drive, the pleasure principle, and the source of libido. She takes off her clothes naturally. She isn't ashamed to be naked in front of strangers. She displays a shocking lack of inhibition by South Korean moral standards.


The third and final part of the book is told by the older sister, Inhye. The older sister would have—according to Freud—a superego function. She puts an end to her husband's games with Yeonghye. She commits her sister to a psychiatric clinic and kicks out her cheating husband. In her superego role, the older sister suppresses the libertarian instinct. She represses the pleasure principle.

Crushed by a violent father, a Vietnam War veteran; married to a husband who subjugated her and treated her like a servant and sexual slave; Yeonghye gradually loses consciousness, descending levels of lucidity.

It's a book you can read in one day (two if you're feeling lazy). Excellent for this end-of-year period when TV and social media aren't always pleasant company.                 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Vizinhos chatos

Nunca dei sorte com vizinho. Era criança. Morava em um prédio na rua Senador Feijó, centro (muito) velho de São Paulo. A rua era ocupada apenas por prédios de escritórios. Só havia uma exceção. Na rua Quintino Bocaiúva, em um prédio de três andares, quase em ruínas, funcionava aos sábados uma gafieira. Começava às 20h e varava a madrugada. Era impossível dormir. O som chegava "alto e claro", como diria um PM. 

Não estava só na minha agonia. O proprietário dos Diários Associados, Assis Chateaubriand, morava ali perto e também não dormia. Na biografia, escrita por Fernando Moraes, está lá registrada a queixa. 

Vizinho, em geral, é chato. O melhor vizinho do mundo é aquele que morreu há três anos e você nem desconfia. Por isso, a personagem do livro Água fresca para as flores, de Valérie Perrin, me deu uma inveja danada. A mulher mora em um cemitério. 

Na Mooca, os vizinhos chatos reproduzem-se aos milhares. Tinha o rapaz que organizava festas de fim de semana. O evento começava na sexta-feira e terminava na segunda. Som em volume enlouquecedor. Tinha o buffet, cujo modelo de negócio, visava incomodar a vizinhança, com karaokê. Não faltava a moça que fazia ovos de Páscoa, com a janela aberta, para conversar com qualquer figura que estivesse passando na rua. "Olha que bonito que ficou..." Na casa ao lado, registrou-se uma briga familiar, que demorou uns dois meses para ser concluída. Toda noite, a família se reunia e discutia. Em altos brados. Como discutiam, meu deus. O problema era uma gravidez não desejada. Até eles decidirem ter o bebê, a gente ficou algumas madrugadas de olhos bem arregalados. Sem esquecer aquele pessoal que conversava embaixo da janela da gente, às 3h da madrugada, como se estivesse na praça de alimentação do shopping.

Na Vila Clementino, na época da minha adolescência, o meu vizinho chato chamava-se Hélio Coração. Ele comprava um carro usado e fazia o possível para transformar o veículo em um amontoado de ferro-velho. Ele martelava, martelava, martelava. Não era Thor, mas adorava um martelo. Depois de destruir o carro e torná-lo sucata, o bom e velho Hélio Coração atacava a casa. Começava uma reforma, sem data e ano para ser concluída. Antes, era preciso passar o aspirador de pó em toda a casa. De madrugada. 

Em termos de vizinhos chatos, o pessoal da Granja Viana batia qualquer recorde. Como eles eram malas, cristo rei. Dois rapazes órfãos e maconheiros usavam a noite de sábado para criar uma filial do lolapalooza. A casa deles se metamorfoseava em boate. Cobravam ingressos. Queimavam fumo a dar com pau. A rua ficava lotada de carros. Era um Carnaval alucinado. Uma balbúrdia amaldiçoada. Na casa ao lado, a vizinha chata, que gostava de ostentar, chamava os amigos, ligava o som e era aquela zoada. Eu saía no quintal e via o pessoal, em uma espécie de puxadinho, todos suados, sem camisa, jogando bilhar. Sem outra opção, aumentei o muro em pelo menos mais três metros. Na casa em frente, outro vizinho chato ligava o som, todo domingo, religiosamente, por volta de 11h. Eram músicas tipo Antena 1. Ele almoçava fora - isto é, punha a mesa diante da casa. A gente saía na varanda e ficava vendo tudo que eles comiam. Era legal. Você acha que terminou? O que é isso... Um piauiense ocupou um terreno vazio (provavelmente, com a ajuda de alguém da prefeitura) e construiu piscina e edícula. Dava festas, que deixariam Neymar morrendo de inveja. O local era frequentado por moças de reputação ilibada. A polícia era chamada. Havia discussões acaloradas. Sucursal do inferno. Sem esquecer do maluquete que tocava bateria quatro casas abaixo. Sem esquecer das festas que aconteciam toda semana em alguma casa próxima ou distante (a gente, mesmo sem querer, participava).

No interior e na praia, não é diferente. Há sempre um funkeiro, um sertanejo, que o obriga a ouvir a música, que você não gostaria de ouvir. Esses equipamentos de som foram criados para invadir o seu espaço privativo. Você não tem mais direito de privacidade. A música indesejada vem até você e destrói sua capacidade cognitiva, seu raciocínio lógico, sua razão de existir. Pitágoras só fez o teorema de Pitágoras, porque não tinha um vizinho chato. Einstein, que dizia que os brasileiros eram macacos, só pensou a Teoria da Relatividade, porque não tinha um vizinho chato.      

Não é só o refrigerante que deva se tratado como cigarro. O aparelho de som também causa problemas graves de saúde. Parece brincadeira, mas a IA acaba de me dizer que som alto causa doenças cardíacas, distúrbios psíquicos, insônia, labirintite e - acrescento eu - ódio. Se você estiver sem fazer nada - nada mesmo - faça o seguinte: acesse o senhor de todos os saberes, o Google, e pergunte para ele: "Briga por som alto causa morte?". Os resultados serão assustadores. "Briga por som alto acaba em morte", "Mulher é morta por vizinho, após reclamar de som alto", "Homem é morto após reclamar com casal por causa de som alto"...

Os telejornais, quase que diariamente, reportam festas funk, os pancadões, realizadas na rua. Em 2019, na favela de Paraisópolis, nove pessoas morreram depois de a polícia entrar no local, em busca de ladrões de motocicleta. Houve correria. Os participantes da festa entraram em pânico. Muitos acabaram pisoteados e mortos. Os 13 policiais ainda estão sendo julgados, mas o que chama também a atenção é que ninguém fala do organizador da festa funk, do pancadão. Quem é essa pessoa que organiza uma festa na rua, sem a menor condição de sgurança? Faz uma arruaça imensa, provoca mortes e nunca é citado, quem é ele? Ou eles? Será que o setor de inteligência da polícia não consegue descobrir quem são esses organizadores de pancadões?

As ruas são interditadas. As pessoas não conseguem se locomover. Há consumo de drogas lícitas e ilícitas pela garotada. A bagunça começa na sexta-feira e vai até a manhã de segunda. Estranho é que já existe lei. A multa prevista é de até 200 mil reais, com direito à apreensão do equipamento de som. 

Bom mesmo é na Suíça. Para proteger a sanidade de seus habitantes, o governo suíço determinou restrições severas de redução de ruído. Aos domingos e feriados, não é permitido fazer barulho; de segunda a sábado, entre 22h e 6h, todo mundo tem de ficar bem quieto; alguns edifícios proíbem até os homens de urinar em pé (quer fazer xixi de madrugada? senta na privada). Também entram no rol de proibições noturnas: usar aspirador de pó, cortador de grama, secador de cabelo, bater a porta do carro, dar descarga. Na Suíça, Pitágoras teria condições de fazer o seu teorema em paz.

Aí você se muda para o interior. Compra um sítio, mais ou menos isolado. Fecha-se em seu escritório e...descobre que tem mais um vizinho chato. É um casal. Eles moram bem em cima da sua cabeça. Mais exatamente, no forro da casa. É um casal de cor esverdeada, que grita muito, se mexe sem parar, anda pra lá e pra cá, derruba coisas, corre e tudo isso para pôr um ovo. Será que a senhora, dona Maritaca, não consegue chocar esse maldito ovo, sem tanto rebuliço?

Durma-se com um barulho desse.  

  

         

    

 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Trinta anos depois, uma série para nos lembrar de Senna

 

Série da Netflix sobre Senna  é a mais vista, em língua não inglesa

Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida de repórter. Estava na entrada do cemitério Parque Morumby, quando vejo aquele grupo de homens de terno preto carregando o caixão. Estão lá Emerson Fittipaldi, Gerhard Berger, Rubinho Barrichello e - inacreditável - até Alain Prost. O maior adversário de Ayrton Senna segurava uma das alças do caixão. Eram 11h30. Dia ensolarado. Lá fora, milhares de pessoas seguiam em procissão. Tinham acompanhado o carro do Corpo de Bombeiros, que trazia o corpo de Senna pelas ruas de São Paulo. As pessoas choravam. Abraçavam-se. Era uma comunhão da despedida. Um herói brasileiro estava morto. 

Passaram-se 30 anos. Mas aquela imagem dos pilotos, todos de terno escuro, semblante carregado, continua presente, como se eu tivesse retornado agora do cemitério e me sentado para escrever a reportagem. Foi emocionante. Fez muita gente chorar. E Belchior estava certo, quando fala do desaparecimento de ídolos: "Depois dele, não apareceu mais ninguém".

Os seres humanos são dominados pelas emoções, muito mais que pela racionalidade. Um anos antes, cobrindo a prova em Interlagos, estava ao lado de um repórter francês. Falei que iria torcer para Prost, por causa de um entrevero qualquer entre Senna e um colega da imprensa. O problema é que caiu um minidilúvio universal sobre a pista e acompanhei, bem na minha frente, Prost derrapar e arrebentar seu carro sobre o bólido de Christian Fittipaldi, estacionado na pista. Prost foi para a caixa de brita e a corrida acabou para ele. Interlagos comemorou o acidente de Prost como um gol do Brasil em final de Campeonato Mundial. Comecei a gritar também dentro do centro de imprensa, juntamente, com centenas de colegas, que torciam para Senna. O repórter francês olhou para mim e fez um gesto: "como é que é?". Expliquei para ele que o coração sempre fala mais alto. 

Aquela tarde foi uma loucura em Interlagos. Para vencer a prova, Senna deu uma espécie de drible com o carro em Damon Hill e assumiu a ponta. Ao final da prova, as pessoas invadiram a pista. Foram carregar Senna em triunfo, que havia vencido mais uma vez - e seria a última - em Interlagos. 

A série da Netflix consegue capturar esses momentos de idolatria. Percorre a trajetória de Senna, desde quando ele, ainda garoto, ganha um kart de presente do pai, um fabricante de autopeças. A série mostra o casamento de Senna, com uma namorada de adolescência. Informação que nem toda gente conhecia. Depois, vem o divórcio, porque a mulher não queria voltar para a Inglaterra, onde Senna iniciava carreira meteórica. 

Diálogos bem conhecidos, de quem acompanhou a trajetória do piloto, são reproduzidos na íntegra, como as célebres divergências que Senna teve com Prost. A produção também destaca a rivalidade crescente entre um brasileiro, recém-chegado à Europa, que mal sabia falar inglês, com pilotos de categorias pré-Fórmula 1.

O apresentador Emílio Surita não gostou da série da Netflix. Chamou o produto de "baixa qualidade". Emílio Surita, para quem não lembra, apresentava o pior programa da história da televisão mundial, o programa mais rasteiro, grosseiro e detestável já feito por câmeras televisivas.

A narrativa é bem conduzida. Tropeça apenas em atores mal escolhidos, como um garotinho que enviava mensagens a Senna e o piloto decide lhe visitar e presenteá-lo com um capacete. O menino ganha o presente e sua expressão não representa a alegria de um garoto de periferia, sendo homenageado pelo seu maior ídolo. Parece alguém meio inerte, sem qualquer expressão de júbilo.

Pâmela Tomé é uma Xuxa perfeita. Repete com exatidão a cena dos beijos no rosto de Senna, deixando-o marcado com batom vermelho. Julia Foti faz Adriane Galisteu, assim, de passagem, rapidamente.

Um dos momentos mais divertidos é a reprodução de uma passagem de Jean-Marie Balestre, o então poderoso presidente da Fia (Federação Internacional de Automobilismo), eterno e odioso rival de Senna, ao circular pela área dos boxes de Interlagos e ser vaiado pela multidão, que gritava "Balestre, ladrão; Senna é campeão".  

O forte da série são as cenas de velocidade, ultrapassagens, as disputas. A produção teve muito cuidado e o resultado foi gratificante. Senna já foi visto em 58 países, batendo 53 milhões de horas assistidas.        




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  Leonardo de Lima Borges Lins, o humorista condenado O início é óbvio: Constituição da República Federativa do Brasil, artigo 5º, que trata...