segunda-feira, 28 de outubro de 2024

A esquerda lambe as feridas

 

Esta imagem é do programa Opera Mundi, que analisou hoje a grande derrota

As eleições municipais terminaram. A esquerda levou uma surra. O principal culpado é o presidente Lula. O País continua patinando. O real perde valor a cada dia. O dólar sobe, o euro sobe e o real descamba. Quem faz compra no mercado diariamente percebe que os produtos sobem também diariamente. Nunca é o mesmo preço. Sempre sobe um pouco. Os números dos economistas sobre a inflação não me interessam. Meu economista da inflação é o mercado. Não o “mercado” dos lobistas e investidores. O mercado da esquina. E os preços nunca param de subir. Os empresários começaram a maquiar os produtos. A embalagem é a mesma, o preço é o mesmo, mas o alimento lá dentro encolheu. A BBC fez reportagem e chamou de “reduflação”. Cadê a chuva de picanha, presidente Lula?

Além da alta do custo de vida, o Brasil está em guerra contra o crime organizado. A criminalidade infiltrou-se no tecido social. O “Estadão” publicou, há quatro dias, reportagem sobre a eleição de 12 candidatos, ligados ao crime organizado.

Assistir a um telejornal brasileiro é um exercício de masoquismo. Todo dia, ficamos sabendo que um território do Rio de Janeiro foi ocupado pelo crime. Sobra bala pra tudo quanto é lado. Semana passada, três trabalhadores morreram baleados em plena avenida Brasil.

Acompanhe o vai e vem do bastidor da criminalidade no Rio: traficante ganha peso e importância local; expande seus “negócios” em outra favela; provoca reação; há disputa pelo espaço; milicianos entram na disputa; grupos rivais trocam tiros; a polícia intervém. Nessa guerrilha particular pelo espaço de venda de droga e dominação, moradores locais, policiais e bandidos são baleados, feridos e mortos.
Tentou-se de tudo até agora e o problema não foi resolvido. As UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), criadas em 2008, deram certo no início, mas hoje servem de tiro ao alvo para o crime.

O que fazer para dar mais segurança à população?

Deve-se investir em inteligência, em câmeras de vigilância, em novos e melhores efetivos etc. E parar de enxugar gelo. O Ministério da Justiça e, por tabela, o presidente Lula, precisam tirar um coelho da cartola. Tentar algo diferente. O fato é que as pessoas querem se drogar. Elas irão buscar a droga e pagar caro por isso. Então, por que não iniciar a legalização? O que não é admissível é enriquecer traficante. Enchê-lo de dinheiro, o suficiente para comprar fuzis de longo alcance, metralhadoras, bazucas e o diabo a quatro. 

Um certo “Peixão”, apontado pela polícia como o autor dos disparos aleatórios que mataram três trabalhadores na avenida Brasil, não é o único aloprado à solta. Há milhares deles. Todo dia, morre um e outro assume a sua cadeira. Enquanto vivem, constroem resorts, com direito à praia artificial. Compram armamento que daria inveja ao Hamas. E o governo federal continua em um estado de torpor que é irritante. A gente nem lembra mais quem é o ministro da Justiça. É um silêncio que incomoda.

Fala-se em taxar os bilionários, os herdeiros, o muito ricos. Nada sai do papel. Os aposentados veem seu poder aquisitivo perder força, cada vez que se dá uma volta no quarteirão.

Passear por São Paulo hoje é um exercício de negligenciar a empatia. Caminhando pelos baixos do minhocão, ali na Amaral Gurgel, encontra-se uma cidade de moradores de barracas. A miséria é devastadora. Na beira dos rios e córregos, as taperas aguardam a chegada das chuvas mais fortes deste verão para serem inundadas e os moradores, aflitos, dizendo para as câmeras de TV que perderam o pouco que tinham.

Não está na hora de acabar de vez com a miséria? Quantas gerações mais de brasileiros vão conviver com a miserabilidade?

Dois anos se passaram, desde a posse de Lula, e os problemas continuam os mesmos, nos mesmos lugares. Daqui a dois anos virão as eleições para governador e presidente. A esquerda precisa acordar. Outra derrota estrondosa avizinha-se.

Com a palavra, o presidente Lula.


 

 

   

 

 


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