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Modelo produzido pela chinesa BYD custa 115 mil reais |
Pouco antes de entrar no século 20, por volta de 1895, Santos Dumont dirigia um carro movido a gasolina em Paris (França). Não gostava do cheiro e nem do barulho que a "carroça" fumegante fazia. Tirou o motor e colocou no lugar baterias. Circulava feliz da vida pela avenue des Acacias, com seu carrinho elétrico, que não fazia barulho, nem soltava fumaça, nem destruía o clima do planeta.
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O buggy elétrico de Santo Dumont |
Além de construir um avião, que decolou, fez a volta no torre Eiffel e pousou novamente, Santos Dumont certamente foi o primeiro brasileiro a ter um carro elétrico.
Os carros elétricos não utilizam combustível fóssil (diesel, gasolina), são silenciosos e resumem uma tecnologia de ponta, que reuniu todo o conhecimento humano sobre locomoção. Tirando os inconvenientes posicionamentos pessoais do bilionário filhinho de papai mimado Elon Musk, ele conseguiu criar um veículo absurdamente inteligente e não poluente. Não libera as partículas poluentes que estão matando o clima. Um familiar, que tem usado diariamente um Tesla, disse assombrado que "podem falar o que quiserem do Elon Musk, mas esse é o melhor carro do mundo".
Estive ontem em um shopping, onde havia um show room de carros elétricos da chinesa BYD. Um Dolphin (veja imagem no alto) é um show de recursos tecnológicos. Tem potência, autonomia de 280 quilômetros, central multimídia, seis air bags, câmera de ré, sensores de estacionamento. Reportagens publicadas neste mês estimavam que o Dolphin custaria menos de 100 mil reais. Não custa. A vendedora me informou que o preço de venda é 115 mil reais. O carro é uma tentação.
O problema maior dos carros elétricos hoje são as múltiplas campanhas que têm sido recorrentes - principalmente nas mídias sociais - para desencorajar futuro compradores. Quem fizer uma pesquisa rápido no YouTube vai ficar assombrado: carros elétricos pegam fogo, explodem, não vão dar certo no Brasil, estão sendo retirados do mercado. Vídeos falsos mostram explosões, desmentidos posteriormente, quando o estrago já foi feito:
Todos os dias, ao entrar nas redes sociais, me deparo com depoimentos, entrevistas, vídeos destinados a fazer a cabeça do público de que carro elétrico é uma roubada.
Quem será que está por trás dessa campanha? De onde surge tanto material corrosivo e nem sempre verídico?
Em 2006, o cineasta Chris Paine fez um documentário intitulado "Quem matou o carro elétrico" https://www.youtube.com/watch?v=7tcv2ZXTk_E. A produção mostrava um modelo EV-1 da General Motors, que não precisava de troca de óleo, gás, nem escapamento e freios. O documentário deixava perceber nas entrelinhas que a morte do carro elétrico tinha um mandante. Aliás, vários mandantes. Seriam eles a indústria automotiva, a indústria petrolífera e o próprio governo norte-americano.
Conspirações à parte, passados 18 anos, a campanha contra o carro elétrico continua. É incansável. Está agora no seu celular, no seu notebook, no seu PC. Quem está por trás das mensagens negativas contra o carro elétrico?
Assustadoramente atual, o filme de Chris Paine mencionava que os fenômenos climáticos se tornariam cada vez mais extremos e seriam a maior preocupação das nações nos anos seguintes.
O Rio Grande do Sul foi devastado por um fenômeno climático sem precedentes. O Sudeste enfrenta temperaturas de 36 graus em pleno mês de maio. Será tão difícil assim perceber que é preciso enfiar uma estaca de madeira profunda e imperdoável no coração da indústria petrolífera? As medidas têm de ser tomadas hoje. Nada de plano, de reuniões, de procrastinação. Tem de ser agora.
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