domingo, 5 de maio de 2024

Carros elétricos sofrem campanha de difamação

 

Modelo produzido pela chinesa BYD custa 115 mil reais

Pouco antes de entrar no século 20, por volta de 1895, Santos Dumont dirigia um carro movido a gasolina em Paris (França). Não gostava do cheiro e nem do barulho que a "carroça" fumegante fazia. Tirou o motor e colocou no lugar baterias. Circulava feliz da vida pela avenue des Acacias, com seu carrinho elétrico, que não fazia barulho, nem soltava fumaça, nem destruía o clima do planeta.

O buggy elétrico de Santo Dumont

Além de construir um avião, que decolou, fez a volta no torre Eiffel e pousou novamente, Santos Dumont certamente foi o primeiro brasileiro a ter um carro elétrico.

Os carros elétricos não utilizam combustível fóssil (diesel, gasolina), são silenciosos e resumem uma tecnologia de ponta, que reuniu todo o conhecimento humano sobre locomoção. Tirando os inconvenientes posicionamentos pessoais do bilionário filhinho de papai mimado Elon Musk, ele conseguiu criar um veículo absurdamente inteligente e não poluente. Não libera as partículas poluentes que estão matando o clima. Um familiar, que tem usado diariamente um Tesla, disse assombrado que "podem falar o que quiserem do Elon Musk, mas esse é o melhor carro do mundo". 

Estive ontem em um shopping, onde havia um show room de carros elétricos da chinesa BYD. Um Dolphin (veja imagem no alto) é um show de recursos tecnológicos. Tem potência, autonomia de 280 quilômetros, central multimídia, seis air bags, câmera de ré, sensores de estacionamento. Reportagens publicadas neste mês estimavam que o Dolphin custaria menos de 100 mil reais. Não custa. A vendedora me informou que o preço de venda é 115 mil reais. O carro é uma tentação. 

O problema maior dos carros elétricos hoje são as múltiplas campanhas que têm sido recorrentes - principalmente nas mídias sociais - para desencorajar futuro compradores. Quem fizer uma pesquisa rápido no YouTube vai ficar assombrado: carros elétricos pegam fogo, explodem, não vão dar certo no Brasil, estão sendo retirados do mercado. Vídeos falsos mostram explosões, desmentidos posteriormente, quando o estrago já foi feito: 

 https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2023/08/23/e-fake-que-incendio-mostrado-em-video-seja-entre-dois-carros-eletricos.ghtml

Todos os dias, ao entrar nas redes sociais, me deparo com depoimentos, entrevistas, vídeos destinados a fazer a cabeça do público de que carro elétrico é uma roubada. 

Quem será que está por trás dessa campanha? De onde surge tanto material corrosivo e nem sempre verídico?

Em 2006, o cineasta Chris Paine fez um documentário intitulado "Quem matou o carro elétrico" https://www.youtube.com/watch?v=7tcv2ZXTk_E. A produção mostrava um modelo EV-1 da General Motors, que não precisava de troca de óleo, gás, nem escapamento e freios. O documentário deixava perceber nas entrelinhas que a morte do carro elétrico tinha um mandante. Aliás, vários mandantes. Seriam eles a indústria automotiva, a indústria petrolífera e o próprio governo norte-americano.

Conspirações à parte, passados 18 anos, a campanha contra o carro elétrico continua. É incansável. Está agora no seu celular, no seu notebook, no seu PC. Quem está por trás das mensagens negativas contra o carro elétrico?  

Assustadoramente atual, o filme de Chris Paine mencionava que os fenômenos climáticos se tornariam cada vez mais extremos e seriam a maior preocupação das nações nos anos seguintes.

O Rio Grande do Sul foi devastado por um fenômeno climático sem precedentes. O Sudeste enfrenta temperaturas de 36 graus em pleno mês de maio. Será tão difícil assim perceber que é preciso enfiar uma estaca de madeira profunda e imperdoável no coração da indústria petrolífera? As medidas têm de ser tomadas hoje. Nada de plano, de reuniões, de procrastinação. Tem de ser agora.  


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