Começou no dia 1º de junho. Foi quando a mídia descobriu que a modelo Najila Trindade havia registrado, na véspera, um BO contra Neymar por estupro.
A mídia enlouqueceu. Foi uma correria. Só se falava nisso. Você ia na padaria. O assunto era Neymar. Você estava em um enterro. Alguém se aproximava respeitosamente e dizia, sussurrando: "E o Neymar, hein?" Na TV, nas rádios, na internet, nos malditos grupos de WhatsApp só se falava disso.
O pior é que essa novela talvez seja daquelas longas, intermináveis, insuportáveis. Amanhã, 13 de junho, lá vai Neymar novamente prestar depoimento, passando pelo corredor polonês de milhares de repórteres, câmeras, policiais, seguranças, fãs, curiosos, helicópteros, carros comuns, carros blindados, viaturas. Um pandemônio.
A história começa romanticamente no Sofitel Paris Arc de Triomphe - hotel cinco estrelas, na rue Beaujon, com a diária mais baixa custando a bagatela de R$ 1.800,00. Após breve troca de mensagens pelo aplicativo Instagram, Najila chega ao hotel para ter um encontro sexual com seu ídolo.
O que aconteceu naquela noite ninguém saberá dizer. Apenas os dois. E os dois têm versões diferentes. Então...Pobres de nós, mortais...
Najila retorna ao Brasil. Espera passar 15 dias. Contrata o advogado José Edgar Bueno e diz que foi vítima de agressão. O advogado assume a causa, mas fica pouco tempo no "cargo". Quando descobre que ela havia feito um BO por estupro, decide pular fora do barco Najila.
Najila concede uma entrevista exclusiva ao bom repórter Roberto Cabrini, do SBT. Para não ficar atrás, a Globo divulga imagens inéditas, gravadas no hotel.
Aí, para a novela não perder o pique, a gente assiste estupefato um vídeo da Najila descendo o braço em Neymar. O infeliz está deitado na luxuosa cama do Sofitel Paris, levando bordoada atrás de bordoada. Completamente vestido e de boné, ele põe os pés calçados com um tênis chique para cima, enquanto a moça desce porrada nele.
Najila afirmava que tinha um vídeo que comprovava tudo: as agressões e o estupro que teria sofrido de Neymar. O advogado pede o vídeo. Ela diz que a prova está em um tablet.
Ela vai prestar depoimento na polícia. Tem um piripaque. Desmaia e sai carregada pelo advogado, em uma cena que somente o nosso noveleiro preferido, Walcyr Carrasco, conseguiria imaginar.
Correndo por fora, a mídia trazia a cada hora uma novidade. Ficamos sabendo, em um capítulo, que Najila estava sendo despejada de seu apartamento e que não havia pago um curso na Escola Panamericana de Arte e Design. Devia, por baixo, uns R$ 30 mil.
Outro dia, outro capítulo: descobrimos que Najila havia esfaqueado o ex-marido, Estiven Alves. Em entrevista, Estiven confirmou a facada: "Foi no peito. Eu me internei". Tinha até BO.
Para se defender, Neymar publicava as mensagens que havia trocado com a modelo. Mostrava fotos dela, em posições sensuais.
O cantor pagodeiro Zula jurava que não queria se promover, mas comemorava que seu vídeo Fogo Cruzado, até então obscuro e poucos visto, com a participação de uma seminua Najila, estava bombando na internet, com 1 milhão e 600 mil visualizações.
Nessa altura da novela Neymar/Najila, o advogado monarquista abandona o caso, argumentando que ela não havia entregado o tablet com as provas. Pior: Najila dizia que quem tinha surrupiado o tablet havia sido o advogado.
Najila garante que o tablet foi roubado. O condomínio onde ela mora diz que não houve roubo nenhum e o porteiro do prédio - pra variar - registra um BO contra a modelo por ameaça e intimidação. A polícia vai até o local e tira impressões digitais. Só aparecem duas impressões: a da própria Najila e de uma empregada. Najila, por seu turno, acusa a polícia, dizendo que foi todo mundo comprado.
Durma-se com um barulho desses!
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