Sexta-feira, 25 de janeiro. Uma descarga elétrica irrompe dentro de casa e derrete o modem. Ligo imediatamente para a Vivo. A atendente diz que um motoboy irá trazer o modem "em cinco dias úteis". Digo que não posso esperar tanto tempo, que tenho trabalhos para entregar e dependo da internet para a transmissão de dados. Ela ouve e responde: "o motoboy irá levar o modem em cinco dias úteis". A conversa acaba em bate-boca. Eu digo que preciso urgente do modem e ela, como uma máquina ranzinza, repete o bordão: "cinco dias úteis"...Nos próximos dias, a Vivo irá me ligar várias vezes ao dia. Não é uma pessoa, mas uma gravação eletrônica, afirmando que "o problema foi resolvido". Porém, "caso não tenha sido resolvido"...Como assim? Que empresa maluca é essa? Foi ou não foi resolvido? Ligo para a Vivo uma, duas, três, quatro, cinco...Várias vezes...Os atendentes prometem que um técnico irá aparecer entre 8h e 12h do dia seguinte...Terminado o prazo, sem que o técnico tenha dado as caras, ligo novamente para a Vivo. A atendente, parecendo genuinamente surpresa, "o técnico não apareceu?". Ela me pede uma nota para o atendimento...Bem, o atendimento merece nota zero, porque não fui atendido. Estou sem o modem, impedido de trabalhar. Parece uma engrenagem sem controle, ineficiente; lembra um carro desgovernado, sob o comando de um motorista que acabou de ter um enfarte fulminante. À noite, durante o jantar, fico ruminando, como é complicado para o cidadão comum ser refém desse tipo de gente. Na segunda-feira cedo, ligo para um amigo e ele me traz um modem reserva, instala o equipamento e faz a configuração. A internet passa a funcionar normalmente.E a Vivo? Quando menos se espera, na quarta-feira, aparece o técnico bonachão e instala o modem. Com a Eletropaulo foi pior. Em 2018, caiu um galho sobre a fiação e a energia enviada para dentro de casa era de 220 volts. Você acendia a lâmpada e ela ficava mais clara que o sol até explodir. Uma correria para desligar tudo que podia estar na tomada. A espera pela equipe de reparação levou 28 horas. Quando a energia foi restabelecida, descobri que o computador estava queimado. Entrei com pedido de indenização. A Eletropaulo negou-se a pagar. O caso foi parar no tribunal de pequenas causas. Dia 13 de fevereiro próximo, temos audiência. Um ano e lá vai pedra depois do ocorrido.A Sabesp...Essa Sabesp...Acordei cedo. Entrei no banheiro. Abri a torneira para lavar o rosto e...Nada! Torneira seca. Fiquei que nem um zumbi, imaginando que seria algum problema com a boia ou teria esquecido de pagar a conta e a Sabesp cortara o fornecimento? Ligo para a Sabesp. A atendente diz que o problema é localizado. Apenas na minha casa e que ela irá enviar uma equipe para verificar a origem do problema. Inconformado, pego o carro e vou até o Poupatempo, onde a Sabesp tem uma representação. Lá, me dizem que o problema talvez seja "em todo o bairro". Falo com uma pessoa que mora em São Paulo, ao lado de uma agência grande da Sabesp. Ela vai até lá e vem com uma terceira informação: a Sabesp está realizando uma grande obra na região e vários bairros estavam sem água, há vários dias. A previsão é que o serviço seria normalizado no início da noite. Foi o que de fato ocorreu. Conclui-se que, a exemplo da Vivo, a Sabesp também parece um carro desgovernado. Em nenhum momento, a Sabesp me avisou que iria cortar o fornecimento. Simplesmente, esgotei as reservas das duas caixas d'água até ficar sem uma gota em casa. Um pesadelo! E a Sky...Como se esquecer da Sky...Fiz uma recarga do serviço pré-pago, em uma lotérica, e a Sky entendeu que se tratava de uma assinatura anual. Sem os canais que tinha pago, sem entender o que estava acontecendo, liguei para a Sky e a atendente disse que eu havia comprado uma assinatura anual e que apenas no próximo ano poderia fazer algo a respeito. Com tanta tecnologia, com tanta facilidade, com tudo sendo resolvido em meia dúzia de toques no celular, a Sky nada poderia fazer. "O senhor espera até o ano que vem e depois vem falar com a gente". O comerciante que me vendeu o equipamento pré-pago disse que isso ocorria quase sempre. "Em geral, a pessoa compra outro aparelho e joga fora o que está comprometido", ele sugeriu. Reclamei para tudo quanto foi órgão de atendimento ao consumidor. Procurei até a Anatel. Depois de engolir vários sapos, finalmente, a Sky colocou as coisas no eixo. O fato é que essas empresas de atendimento de massa estão completamente perdidas. O consumidor é mal atendido. Os problemas ficam pendentes, como roupas em uma varal abandonado. O cliente paga caro e, quando o serviço é interrompido, não recebe o desconto devido. Se a estatização que havia no passado era um pesadelo, naquela época em que um telefone de linha custava, às vezes, mais caro que um carro seminovo; hoje, com a privatização dos serviços essenciais, fomos mergulhados em uma lixeira profunda. Nos casos mais graves, somos até submersos pelo lamaçal dos desmandos, da imprevidência e do pouco caso dessas empresas bilionárias que, em busca do lucro extorsivo, estão pouco se lixando para os direitos elementares dos consumidores.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Concessionárias prestam péssimo serviço à população
Sexta-feira, 25 de janeiro. Uma descarga elétrica irrompe dentro de casa e derrete o modem. Ligo imediatamente para a Vivo. A atendente diz que um motoboy irá trazer o modem "em cinco dias úteis". Digo que não posso esperar tanto tempo, que tenho trabalhos para entregar e dependo da internet para a transmissão de dados. Ela ouve e responde: "o motoboy irá levar o modem em cinco dias úteis". A conversa acaba em bate-boca. Eu digo que preciso urgente do modem e ela, como uma máquina ranzinza, repete o bordão: "cinco dias úteis"...Nos próximos dias, a Vivo irá me ligar várias vezes ao dia. Não é uma pessoa, mas uma gravação eletrônica, afirmando que "o problema foi resolvido". Porém, "caso não tenha sido resolvido"...Como assim? Que empresa maluca é essa? Foi ou não foi resolvido? Ligo para a Vivo uma, duas, três, quatro, cinco...Várias vezes...Os atendentes prometem que um técnico irá aparecer entre 8h e 12h do dia seguinte...Terminado o prazo, sem que o técnico tenha dado as caras, ligo novamente para a Vivo. A atendente, parecendo genuinamente surpresa, "o técnico não apareceu?". Ela me pede uma nota para o atendimento...Bem, o atendimento merece nota zero, porque não fui atendido. Estou sem o modem, impedido de trabalhar. Parece uma engrenagem sem controle, ineficiente; lembra um carro desgovernado, sob o comando de um motorista que acabou de ter um enfarte fulminante. À noite, durante o jantar, fico ruminando, como é complicado para o cidadão comum ser refém desse tipo de gente. Na segunda-feira cedo, ligo para um amigo e ele me traz um modem reserva, instala o equipamento e faz a configuração. A internet passa a funcionar normalmente.E a Vivo? Quando menos se espera, na quarta-feira, aparece o técnico bonachão e instala o modem. Com a Eletropaulo foi pior. Em 2018, caiu um galho sobre a fiação e a energia enviada para dentro de casa era de 220 volts. Você acendia a lâmpada e ela ficava mais clara que o sol até explodir. Uma correria para desligar tudo que podia estar na tomada. A espera pela equipe de reparação levou 28 horas. Quando a energia foi restabelecida, descobri que o computador estava queimado. Entrei com pedido de indenização. A Eletropaulo negou-se a pagar. O caso foi parar no tribunal de pequenas causas. Dia 13 de fevereiro próximo, temos audiência. Um ano e lá vai pedra depois do ocorrido.A Sabesp...Essa Sabesp...Acordei cedo. Entrei no banheiro. Abri a torneira para lavar o rosto e...Nada! Torneira seca. Fiquei que nem um zumbi, imaginando que seria algum problema com a boia ou teria esquecido de pagar a conta e a Sabesp cortara o fornecimento? Ligo para a Sabesp. A atendente diz que o problema é localizado. Apenas na minha casa e que ela irá enviar uma equipe para verificar a origem do problema. Inconformado, pego o carro e vou até o Poupatempo, onde a Sabesp tem uma representação. Lá, me dizem que o problema talvez seja "em todo o bairro". Falo com uma pessoa que mora em São Paulo, ao lado de uma agência grande da Sabesp. Ela vai até lá e vem com uma terceira informação: a Sabesp está realizando uma grande obra na região e vários bairros estavam sem água, há vários dias. A previsão é que o serviço seria normalizado no início da noite. Foi o que de fato ocorreu. Conclui-se que, a exemplo da Vivo, a Sabesp também parece um carro desgovernado. Em nenhum momento, a Sabesp me avisou que iria cortar o fornecimento. Simplesmente, esgotei as reservas das duas caixas d'água até ficar sem uma gota em casa. Um pesadelo! E a Sky...Como se esquecer da Sky...Fiz uma recarga do serviço pré-pago, em uma lotérica, e a Sky entendeu que se tratava de uma assinatura anual. Sem os canais que tinha pago, sem entender o que estava acontecendo, liguei para a Sky e a atendente disse que eu havia comprado uma assinatura anual e que apenas no próximo ano poderia fazer algo a respeito. Com tanta tecnologia, com tanta facilidade, com tudo sendo resolvido em meia dúzia de toques no celular, a Sky nada poderia fazer. "O senhor espera até o ano que vem e depois vem falar com a gente". O comerciante que me vendeu o equipamento pré-pago disse que isso ocorria quase sempre. "Em geral, a pessoa compra outro aparelho e joga fora o que está comprometido", ele sugeriu. Reclamei para tudo quanto foi órgão de atendimento ao consumidor. Procurei até a Anatel. Depois de engolir vários sapos, finalmente, a Sky colocou as coisas no eixo. O fato é que essas empresas de atendimento de massa estão completamente perdidas. O consumidor é mal atendido. Os problemas ficam pendentes, como roupas em uma varal abandonado. O cliente paga caro e, quando o serviço é interrompido, não recebe o desconto devido. Se a estatização que havia no passado era um pesadelo, naquela época em que um telefone de linha custava, às vezes, mais caro que um carro seminovo; hoje, com a privatização dos serviços essenciais, fomos mergulhados em uma lixeira profunda. Nos casos mais graves, somos até submersos pelo lamaçal dos desmandos, da imprevidência e do pouco caso dessas empresas bilionárias que, em busca do lucro extorsivo, estão pouco se lixando para os direitos elementares dos consumidores.
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